segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O que dá pra fazer em 46 anos???


Na minha memória mais antiga, eu devia ter uns 4 anos, e estava assistindo, numa TV de tubo, preto e branco, o homem pisar na lua. Era 1969. Lembro também da final da copa de 1970. O Brasil conquistava o tri campeonato mundial de futebol (como se isso dissesse algo pra mim naquela época).
Nós morávamos com meus avós numa casa no Imirim. Eu e minha irmã mais velha Silvia, brincávamos de casinha e comíamos salsinha e hortelã da horta da vovó.
Daí nós mudamos pro Jabaquara e eu fui estudar no "parquinho" (EMEI Leonor Mendes de Barros). Lá nós hasteávamos a bandeira semanalmente, fazíamos bolinha de papel crepon (que eu odiava!), brincávamos de balança e tomávamos merenda. Saí de lá com 7 anos e meu presente de final de ano foi esta boneca Mônica da imagem. Não é exatamente essa, mas a minha ainda existe e está na casa da minha mãe. Seu estado geral é satisfatório!
Fui orgulhosamente para a primeira série na EMPG Prof. Nelson Pimentel Queiroz. Nós morávamos numa vila e brincávamos livremente. Eu e uma "amiguinha" adorávamos brincar de boneca e meu pai nos chamava de trapeiras. Vivíamos enroladas em panos como se fossem vestidos de festa. Eu tinha uma SUSI com quarto e uma cozinha que meu pai fez sair água da torneira. UM LUXO! No carnaval nós pulávamos o muro da escola pra encher as "xiringas" de água e espirrar nos carros quando passavam. Adrenalina pura!
O tempo passou e eu cresci. Na Rege Globo (sempre ela!!!) a novela do momento era Estupido Cupido e daí veio a fase dos "bailinhos". Eu tinha mais ou menos 12 anos e descobri os meninos!!! O som vinha do vinil na vitrola. Tudo o que a gente queria era que os pais deixassem a "garagem" a meia luz  para nós dançarmos ao som de Neil Sedaka ou Celly Campello. 
Mudamos novamente e fomos pra o outro lado da cidade. Jaçanã. Nova escola (EMPG Otavio Pereira Lopes), novos amigos. O novo endereço era um apartamento, e meu pai, pra diminuir a prisão das crianças, ficou sócio do clube do bairro: o CCAA Guapira. Dos 13 aos 17 anos eu fiquei mais lá do que em casa. Lá eu pulei carnaval de salão, namorei muito e tive minhas primeiras desilusões amorosas.
Em 1981 fui fazer "colegial" no EMPSG Prof. Derville Allegretti. Fiz técnico em Prótese Dentária e minhas esculturas de molares, em cera, mais pareciam amoras. Nesta época eu tinha 16 anos arrumei e o primeiro emprego. Foi no CCAA escola de inglês. Eu era "secretária" (!).
Tive muitos outros empregos. Fui promotora de perfume em shopping, aux de escritório numa empresa de peças para caminhão, recepcionista de Psicóloga, recepcionista no cursinho Objetivo...
Nesta época mudamos para Guarulhos, na grande São Paulo.
Terminei o colegial em 1983 e em 1984 conheci o meu marido. Fiz dois anos de cursinho pra entrar na faculdade. Entrei em 1986 na antiga OSEC, hoje UNISA e ele entrou para direito em Guarulhos. 
Meu mundo mudou. Novos amigos, outros interesses. Nosso namoro sofreu com isso. Seguimos. Ele, decepcionado com as leis, abandonou o direito. Eu me formei em 1990, mesmo ano que nos casamos.
Ele decidiu pôr em prática um antigo sonho e entrou pra Polícia Civil em 1991. É Investigador.
Em 1992 nasceu nosso primeiro filho, o Pedro. Em 1996, chegou a Laura.
Tínhamos um videoK7 onde as crianças assistiam ininterruptamente o Lei Leão.
Vendemos nosso carro (um Escort) pra montar meu primeiro consultório. Ficamos a pé e cheio de dividas!
A vida seguiu, e mandou a fatura!
Meu pai faleceu em 2000, o que me tirou um dos pilares de sustentação. Em 2006, meu sogro faleceu. Outra  dura prova.
Não sei em que ponto me perdi, mas hoje me dei conta que sábado (24/09) eu farei 46 ANOS!
Tá bom, eu sei, é só mais um dia. Somente formalidade cível.  Mas tem um peso danado.
Hoje eu me comunico com pessoas, com metade da minha idade, via Internet. 
Meu filho tem carta de motorista e minha filha sofre sua primeira decepção amorosa.
Eu e o maridão continuamos aqui.
Decididamente, em 46 anos, dá pra se fazer muita coisa!!!

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